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Magna Celi, escritora e poetisa

Esperança pode não ser uma cidade de leitores, mas certamente é um município de grandes escritores. Na velha guarda, encontra-se o poeta Silvino Olavo, e mais recente, a escritora e poetisa Magna Celi. Filha do casal Maria Duarte e José Meira Barbosa; irmã do Dr. João Bosco, Benigna, Graça Meira e Paula Francinete. Casada com o eminente Professor Francelino Soares de Souza, que assina uma coluna nesse jornal aos domingos; ela tem se destacado com inúmeras publicações. Graduada em letras pela UPFB, Mestra em Literatura Brasileira e com especialização em língua vernácula inglesa. Estreou nas letras em 1982, com “Caminhos e Descaminhos”. Desde então têm inscrito o seu nome entre os grandes nomes da poesia paraibana. É ela mesma quem nos fala sobre as suas origens: “Nasci na cidade de Esperança, brejo paraibano, de clima frio, chamada, no princípio de sua fundação, de Banabuié. Aconteceu na rua da Areia, nº 70. Fui batizada pelo Padre João Honório, na Igreja Nossa Senhora do Bom ...
Postagens recentes

Gente nossa

  Assis Diniz editou nos anos 80 do Século passado uma revista comemorativa, alusiva aos 60 anos de emancipação política de Esperança. Neste magazine elencou alguns esperancenses, traçando lhes o perfil biográfico, cujo rol aproveitei para alargar as informações apresentadas, fruto de minhas pesquisas. São eles: Júlia Santiago – prestou relevantes serviços à Paróquia do Bom Conselho. Tocava a serafina (harmônico) e lecionava catecismo. Nascida em Esperança no dia 28 de dezembro de 1884. Faleceu com a idade de 98 anos, às 06:00 horas no Lar da Providência “Carneiro da Cunha”, na capital paraibana, em 23 de abril de 1983. Notificou o Dr. João de Deus Melo, vítima de insuficiência cardíaca, atestada pela médica Dra. Neuza Maria da Conceição Costa. Era filha de Joaquim de Andrade Santiago e Ana de Souto Santiago. Eles residiam na rua Monsenhor Severiano. dona Júlia foi sepultada no cemitério público de Esperança. Eram seus irmãos: Luiz de Andrade Santiago (1860), Antônia de Andrade ...

A posse do Conselho Municipal (1928)

Recém criado, o Município de Esperança precisava ganhar forma. A sua institucionalização, passava, não apenas pelo executivo municipal, mas também pelo legislativo, órgão fiscalizador daquele. Os primeiros conselheiros haviam sido eleitos em 22 de agosto de 1926. Agora, deviam tomar posse, para assim iniciarem o seu exercício. Era uma grande solenidade para a nova comuna, a qual não poderia faltar o governante estadual, que tornou a nossa emancipação política em realidade. O Presidente João Suassuna (1924-1928), em excursão pelo Estado, chegou a Esperança por volta das 16 horas. Antes passara por Serraria e Remígio, onde fez breve parada. Aqui, foi recepcionado por Theotônio Cerqueira Rocha que expressou “ as saudações da villa de Esperança, transbordante de alegria por todas as suas classes sociaes, pela honra de hospedar o sr. presidente do Estado ” (A União: 19/10/1926). Com efeito, João Suassuna ficara alojado na residência do prefeito nomeado, comerciante Manoel Rodrigues de O...

Salathiel, a TV e a Sonoplastia

  Salathiel Coelho (1931-2015) ficou muito conhecido na teledramaturgia por ter iniciado as trilhas sonoras de novela. O primeiro disco foi lançado em 1965, somando ao todo 750 álbuns no Brasil, com sucessos nacionais e internacionais. Conta-se que trabalhava em uma rádio no bairro de Bodocongó, na cidade de Campina Grande (PB), quando foi descoberto pelo jornalista Assis Chateaubriand (Chatô) que o levou para trabalhar na Rádio Tupi, no Rio de Janeiro: “Eu trabalhava na rádio, em Bodocongó, que é um bairro de Campina Grande (PB) e ele perdeu o documento durante uma visita na cidade e me pediu para anunciar nos alto-falantes de uma maneira que insinuava que eu tinha obrigação de conhecê-lo. Mas, foi neste encontro que ele ouviu minha voz e achou que eu tinha potencial para trabalhar com ele” Antes de deixar a Paraíba, havia sido atingido por um tiro na mão esquerda em um palanque, projetil esse que era direcionado a um candidato político, e chegando na “cidade maravilhosa”, f...

As festas de S. João (1933)

  Jornal “A União”   Constituíram um verdadeiro acontecimento as festas sanjoanescas nessa florescente vila serrana. O programa das mesmas, que foram realizadas em benefício da Caixa Escolar “Joviniano Sobreira”, ficou a cargo de 3 comissões, assim distribuídas: Comissão Central: Drs. Sebastião Araújo, Samuel Duarte, Heleno Henriques, Luiz de Gonzaga Nobrega, Manuel Cabral, Srs. Júlio Ribeiro, Theotônio Costa, Manuel Rodrigues, José Souto, Severino Diniz, Theotônio Rocha e Pedro Torres, Sras. Esther Fernandes, Firmina Coelho Nobrega, Virgínia Cunha, Elvira Lima, professora Lydia Fernandes e Severina Sobreira; comissão de organização – Srs. José Carolino Delgado, José Brandão, Sebastião Rocha, José Rocha, Antônio Coêlho, Fausto Bastos, José Passos Pimentel, Miguel Felix, João Santiago Ulisses Coelho, Francisco Bezerra, Claudino Rogério, Francisco Soares; comissão de ornamentação – senhoritas Noemia Rodrigues, Marieta Coelho, Dulce Paiva, Hilda Rocha, Oneide de Luna Freire...

Padre Zé e o Cinquentenário da Escola das Neves

Quando a Escola das Neves, que funcionava na Capital paraibana, completou cinquenta anos, o Padre Zé Coutinho escreveu uma emocionada carta que foi publicada no Jornal O Norte em 13 de novembro de 1956. O fundador do Instituto São José iniciou os estudos primários no Colégio Diocesano Pio X, quando aquele educandário funcionava como anexo ao Seminário Arquidiocesano da Parahyba. Depois matriculou-se no Colégio N. S. das Neves, naquela mesma cidade, pois ainda havia uma seção para estudantes do sexo masculino. Retornou, depois, para o Pio X para fazer o curso secundário. A missiva – endereçada a Benedito Souto – trazia o seu depoimento sobre aquele tradicional educandário: “Também, fui aluno do Curso Masculino, de Julho de 1906 a Novembro de 1907, ao lado de Alceu, Antenor e Mirocem Navarro, Mário Pena, Paulo de Magalhães, João Dubeux Moreira, Ademar e Francisco Vidal, Otacílio Paira, Mário Gomes, Gasi de Sá e tantos outros” – escreveu o Padre Zé. Era professora a Irmã Maria Anísi...

A Exposição de Helle Bessa

  Por Ângelo Emílio da Silva Pessoa*   Nessa Quinta-feira (12/06/25), na Galeria Lavandeira (CCTA-UFPB), tive a honra e o prazer de comparecer à abertura da Exposição "Impressões Contra o Fim", da artista plástica Helle Henriques Bessa (1926-2013), natural de Esperança (PB) e que tornou-se Freira Franciscana de Dillingen, com o nome de Irmã Margarida. Durante anos foi professora de artes nos Colégios Santa Rita (Areia) e João XXIII (João Pessoa). Helle Bessa era prima da minha mãe Violeta Pessoa e por décadas convivemos com aquela prima dotada de uma simpatia contagiante. Todos sabiam de seu talento e que ela havia participado de exposições internacionais, mas sua discrição e modéstia talvez tenham feito com que sua arte não tenha ganho todo o reconhecimento que merecia em vida. Anos após seu falecimento, as Freiras Franciscanas doaram seu acervo para a UFPB e foi possível avaliar melhor a dimensão de seu talento. As falas na abertura destacaram seu talento, versatilida...

Sitio Banaboé (1764)

  Um dos manuscritos mais antigos de que disponho é um recibo que data de 1º de abril do ano de 1764. A escrita já gasta pelo tempo foi decifrada pelo historiador Ismaell Bento, que utilizando-se do seu conhecimento em paleografia, concluiu que se trata do de pagamento realizado em uma partilha de inventário. Refere-se a quantia de 92 mil réis, advinda do inventário de Pedro Inácio de Alcantara, sendo inventariante Francisca Maria de Jesus. A devedora, Sra. Rosa Maria da Cunha, quita o débito com o genro João da Rocha Pinto, tendo sido escrito por Francisco Ribeiro de Melo. As razões eram claras: “por eu não poder escrever”. O instrumento tem por testemunhas Alexo Gonçalves da Cunha, Leandro Soares da Conceição e Mathias Cardoso de Melo. Nos autos consta que “A parte de terras no sítio Banabuiê foi herdade do seu avô [...], avaliado em 37$735” é dito ainda que “João da Rocha Pinto assumiu a tutoria dos menores”. Registra-se, ainda, a presença de alguns escravizados que vi...